Agulha do Itacolomi
Altitude: 1047 metros
Descrição: “A história do Itacolomi é uma das histórias mais interessantes do meio excursionista, dadas as peripécias e lutas para a sua conquista” (relato dos conquistadores)
Itacolomi, em tupi-guarani, quer dizer “pedra com filho” (in “Geologia do Brasil” e “Nova Geografia Aborígene”, de Cristóvam de Mauricéia) ou “menino de Pedra” (itá - pedra; curumi - menino). Localizado em Magé, este ‘conjunto’, formado pela Agulha do Itacolomi e pela Pedra do Itacolomi (ou Pedra Mãe, como muitos também a conhecem), apresenta uma morfologia bastante peculiar, que, de fato, remete a seu nome - uma ‘agulhinha’ encostada a uma montanha de grande dimensão, como mãe e filho.
A região era (e ainda é) muito frequentada por palmiteiros e caçadores, que ali encontravam pacas, queixadas, tatus, cutias, cuícas, caxinguelês, gambás, macacos, tucanos, papagaios e, até mesmo, jaguatiricas (“as oncinhas”), segundo moradores das redondezas.
As explorações começaram na 1ª metade do século, mas, não há relatos de quando exatamente alguém tentou pela primeira vez escalar esta pedra. Sabe-se que quando Edmundo Braga, Ulisses Braga e Waldemar Borges fizeram as primeiras investidas para tentar conquistá-la, a partir de maio de 1943, um pedaço de corda foi encontrado num dos trechos da chaminé sudeste que leva ao colo, formado pelo encontro da Agulha com a Pedra Mãe. Segundo os conquistadores, a corda havia sido abandonada muitos anos antes de eles terem começado a conquista, tais quais eram as condições em que ela se encontrava. Mais tarde, devido às características da corda, com a ligação de fatos e através de relatos de moradores da região, concluiu-se que esta havia sido deixada pelo casal Bendy (o casal de estrangeiros que conquistou o Dedo de Nossa Senhora e os Dedinhos), também sócios do antigo CE (Centro dos Excursionistas, hoje CEB). As tentativas de escalar o colo sudeste restaram infrutíferas, entretanto, tendo esta via sido abandonada, após vários grampos terem sido batidos. Tempos depois, o exploradores tentaram outra rota, dessa vez pelo colo noroeste, enfrentando dessa vez um longo paredão de praticamente 90º, com cerca de 100 metros de extensão, sendo seu início negativo. Iniciaram esta via em 22/02/1944 e nela foram batidos 95 grampos, nos quais seria afixado posteriormente um longo cabo de aço de 5/8” e, junto a este, outro cabo de aço de 1/4” que seria utilizado como "corda de segurança".
Chegando a serem confundidos com ‘caçadores de ouro’, tal qual era persistência destes na região, após um número de cerca de 30 investidas, finalmente, no dia 12 de junho de 1948, Edmundo Braga, Alfredo Maciel e Guanahyr Alves do Amaral atingem o cume da Agulha.
Esta rota, única forma de se atingir o cume, chegou a ser considerada pelos conquistadores como mais sendo uma verdadeira ‘obra da engenharia’ do que uma escalada propriamente dita, onde meios naturais são utilizados. Foram usados sistemas de roldanas e molinetes que puxavam os cabos de aço e assim suspendiam o indivíduo. A utilização dos cabos, como segurança, foi para substituir as cordas que os conquistadores foram deixando na parede ao longo dos anos e que , naturalmente, apodreciam-se. As roldanas, por suas vezes, para compensar o enorme esforço que era necessário para o indivíduo erguer-se pelos cabos, numa parede cuja inclinação mínima é de 90º, chegando a ter trechos negativos.
Colaboraram para esta conquista: Francisco Vasco dos Santos, Helio Barroso e Waldemar Borges.
Como chegar à base: Dirigir-se a Santo Aleixo, distrito de Magé, pelo Rio do Ouro, e subir ladeira ao lado da escola municipal, nas proximidades da Agulha do Itacolomi. São necessárias cerca de 3 horas de caminhada, no sentido noroeste, contornando-se a Agulha.
Coordenadas: -22.566090384134323,-43.10179120944338